Apresentação
A literatura e a prática em Comunicação e Saúde têm enfatizado o potencial e o protagonismo dos atores sociais de territórios vulnerabilizados para a efetividade do ato de comunicar saúde. A presença e a atuação de tais atores no cotidiano das comunidades permitem interfaces próximas aos públicos, conferindo, a partir da identificação de que desfrutam junto à população, maiores possibilidades de circulação e compartilhamento de informações sobre saúde. Tal característica os habilita como fontes críveis do saber sanitário, legitimadas pela população local, possibilitando um combate mais direto e assertivo às desinformações sobre saúde. Dessa forma, reconhecer, estimular e orientar comunicadores populares e comunitários pela perspectiva da Saúde Coletiva é tarefa essencial para a conformação de processos comunicacionais capazes de engajar grupos populacionais tão diversos quanto os que se apresentam no Brasil.
Assim, a oficina proposta tem o objetivo de colaborar com a formação de comunicadores populares/comunitários de saúde. Para isso, busca operar em diferentes camadas, dentre as quais: a) definir a relevância dos comunicadores populares/comunitários para a saúde, reconhecendo seu papel estratégico; b) orientá-los sobre os mecanismos de apoio financeiro, em especial quanto à formulação de projetos para participação em editais de fomentos; c) dialogar sobre a condução dos projetos, amparados em práticas contemporâneas de comunicação em saúde e d) apresentar os meandros para sustentabilidade financeira dos projetos incluindo seus mecanismos de prestação de contas.
A proposta justifica-se pela necessidade de formação de atores estratégicos para comunicar saúde nos mais diversos territórios brasileiros, fortalecendo o enfrentamento às desinformações e possibilitando a constituição de processos mais efetivos, dialógicos e participativos de comunicação em saúde.